terça-feira, 7 de junho de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Alguns opostos

Pronomes pessoais

E para quem gosta de astrologia: os signos do zodíaco.

Vestuário

Família

Meios de transporte

Refeições 

Objectos do dia a dia 

Alguns sentimentos 

Alguns vocábulos de uso corrente

Cores

Estações do ano

Meses do ano

Números (0 a 10).

Alguns verbos.






quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para aprender mais um pouco: identificação pessoal!

Nome gestual: o que é?

Todos os que comunicam com as pessoas surdas são baptizados com um nome gestual que faz parte da Língua e da Cultura Surda.
O nome gestual pode nascer a partir de uma característica física (sinal, cor dos olhos, cor do cabelo, etc.), de um hábito (mexer no cabelo, roer as unhas…), da primeira letra do nome ou do nome próprio (por exemplo, Estrela), de um gesto para o apelido ou ainda de uma característica da personalidade.
E por que não aprendermos algumas expressões em LGP?


Menina estás à janela (em LGP)



A Língua Gestual não é universal!
Cada país, por vezes cada região, tem uma língua gestual própria, testemunha de uma cultura e dos modos de vida que são exclusivos da comunidade surda desse país ou região. Assim, em Portugal temos a Língua Gestual Portuguesa (LGP); em França encontramos a Langue des Signes Française (LSF); no Brasil existe a Língua de Sinais; na Inglaterra a British Sign Language (BSL); nos Estados Unidos da América fala-se a American Sign Language (ASL).
Em 1988, o Parlamento Europeu reconheceu as Línguas Gestuais dos países membros como sendo as Línguas das suas Comunidades Surdas e solicitou que cada Estado membro do Conselho da Europa reconheça a sua Língua Gestual.
Em Portugal, a Língua Gestual foi consagrada na Constituição, em Setembro de 1997, no art. nº 74, parágrafo 2º, alínea h) que refere o dever do Estado “proteger e valorizar a LGP, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades”.
Depois de já termos aqui exposto o alfabeto em LGP, apresentamos agora o alfabeto gestual americano – American Sign Language.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Contamos agora uma história verídica, ocorrida nos anos 80, nos Estados Unidos da América, que relata a dificuldade que houve em detectar a surdez numa criança institucionalizada.
Atrevemo-nos a afirmar que hoje tal episódio não aconteceria!
Foi um testemunho verdadeiro retirado de uma coletânea de histórias reais, editada por Gail Groves e Denise Caignon com o título "Her wits about her: Self-Defence Success Stories by Women".

Suzette V. Garay é uma jovem americana, surda profunda que tem uma capacidade para falar pouco habitual. É excelente a ler os lábios e usa um aparelho de audição especial para modular o seu discurso. Recentemente aprendeu por si própria Língua Gestual e estuda psicologia na Universidade da Califórnia.
Esta jovem conta-nos como foi descoberta a sua surdez apenas aos treze anos de idade:
“Nasci completamente surda, e até aos treze anos ninguém descobriu, nem eu própria. Quando tinha dois anos e meio fui retirada da minha família pelos serviços sociais, porque a minha mãe não tomava conta de mim como devia. A partir daí, estive em vários abrigos e instituições para órfãos e casas de acolhimento.
Um dia, quando estava a vir da escola para casa, vinha pela rua a dar pontapés numa lata. Por acaso uma vizinha viu-me, vinha de carro e, mesmo atrás de mim tocou a buzina, e continuou a tocar durante cerca de um quarteirão. Eu continuava a dar pontapés  na  lata, ela  encostou o carro e chamou pelo meu nome, depois  correu e agarrou-me. Mais tarde falou com a minha família de acolhimento e disse-lhes que eu devia ter um problema auditivo.
Naquela época, quando se fazia um teste auditivo era num autocarro e todos os miúdos pequenos usavam auscultadores. Era suposto levantar-se a mão sempre que se ouvia o som. Ora, como sou bastante perceptiva fiquei a pensar: isto é um jogo, ver quem consegue levantar a mão mais depressa. Então aqui estou eu a levantar a mão, a brincar durante o teste. Parvoíce. Então eles pensavam que me estava a armar em parva ou que era uma miúda rebelde e, por isso, tive que fazer o teste todos os dias durante três meses.
Primeiro pensei que devia contar até dez e levantar a mão sempre que chegasse ao dez, mas isso não resultou. Depois descobri outra forma de fazer batota. A única forma que eles tinham de saber se se está a levantar a mão é olhar para nós, então concluí que era uma espécie de olhos nos olhos.
Quando a técnica olhava para mim, acenava com a cabeça, então eu sabia que quando ela mexia a cabeça, estava a girar o botão, e mesmo antes de virar a cabeça para olhar para mim, eu levantava a mão. Depois disso não tive que fazer mais nenhum teste.
Só mais tarde fui a um sítio profissional para fazer um teste auditivo. Fiquei sozinha numa divisão, e a janela era escura por isso não se consegue ver o que as pessoas estão a fazer.
Ficaram completamente chocados quando descobriram a minha surdez!
Traduzido pela Prof. Ilda Ambrósio

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é uma verdadeira Língua com um léxico e uma gramática próprios e embora existam vários dialectos regionais, o essencial da LGP mantém-se em todos eles.
Em Portugal, comemora-se o dia da Língua Gestual Portuguesa a 15 de Novembro.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, é, tal como a nossa escola, Escola de Referência para o Ensino Bilingue de Alunos Surdos.
Vejamos um poema interpretado por um dos seus alunos Surdos no ano lectivo 2009/10.


A importância de aprender a LGP

Uma das nossas alunas surdas profundas teve um emprego em part-time nas férias da Páscoa.
Foi algo importante na vida desta jovem uma vez que foi uma experiência que se inseriu dentro do mundo do trabalho. Aqui fica o seu testemunho!

Qual era o teu horário de trabalho?
Eu trabalhei duas semanas: às segundas, quartas, quintas e sextas, das 10h até às 19h, e aos domingos, das 12h até às 21h.
Tinhas farda de trabalho?
Sim, usava um avental de cor vermelha.
Que tarefas desempenhavas durante o dia?
Trabalhei no armazém: tirava os produtos das caixas (velas e tapetes), fazia a listagem dos produtos que havia dentro das caixas e colocava-os nos sítios certos, na loja.
Qual a maior dificuldade que encontraste?
Não tive nenhuma dificuldade porque as colegas apoiaram-me muito!
O que gostavas mais de fazer?
Gosto mais de trabalhar no armazém a fazer as listas dos produtos.
Se tivesses possibilidade, gostarias de voltar a trabalhar nesse local? Porquê?
Eu gostei tanto de lá estar que continuo a trabalhar lá ao fim de semana. Gosto muito de fazer a listagem dos produtos.
O que fizeste com o dinheiro com o teu salário?
Comprei roupas e também alguma comida e o resto do dinheiro é para guardar para futuro.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pessoas importantes para os Surdos

Eis algumas personalidades marcantes dentro da comunidade Surda:

Pedro Ponce de Leon


Pedro Ponce de Leon foi o primeiro homem a fundar uma Escola para Surdos, em Madrid.
Desenvolveu um alfabeto gestual que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo facto de terem feito voto de silêncio).





Charles L'Épée

 

Charles Michel de L'Épée, nascido em 1712, foi o fundador da primeira Escola de Surdos do mundo: o Instituto Nacional de SUrdos-Mudos em Paris.
Para o abade, o essencial da educação de surdos era a possibilidade que tinham de aprender a ler e a escrever através da língua de sinais, pois essa era a forma natural que possuíam para expressar as idéias.





Edward Gallaudet

Edward Miner Gallaudet participou da fundação do primeiro colégio universitário para Surdos, que em honra do seu pai foi chamado Gallaudet School.
Esta instituição, fundada em 1857, deu origem à Universidade Gallaudet, localizada na cidade de Washington DC, e é hoje a única instituição de estudos superiores do mundo para pessoas surdas.
A língua oficial da universidade é a ALS (American Sign Language).




Emmanuelle Laborit


Emmanuele Laborit nasceu Surda a 18 de Outubro de 1971 e só conheceu a língua gestual aos 7 anos.
Escreveu um livro autobiográfico, "O Grito da Gaivota”, onde retrata as suas lembranças de infância, a sua adolescência difícil e o início da sua idade adulta autónoma.
É uma conhecida actriz francesa e directora do Teatro Visual Internacional.






Marlee Matlin


Marlee Matlin nasceu no Ilinois a 24 de Agosto de 1965.
Esta actriz surda americana ganhou o Globo de Ouro pela participação no filme Filhos de um Deus Menor.

 

Intérprete de Língua Gestual Portuguesa

O intérprete contribui para que “o surdo ouça com os olhos e fale com as mãos”
(Jerónimo Cardan, séc. XVI).

As Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa a trabalhar na nossa escola escreveram um pequeno texto onde explicam o seu trabalho com professores e alunos.

 Quais as funções do Intérprete de L.G.P? 

ü  O intérprete de L.G.P funciona como um elo de ligação entre a comunidade Surda e a comunidade Ouvinte, de modo a que estas possam comunicar tudo aquilo que desejam.
ü  Este profissional transpõe um discurso emitido oralmente para Língua Gestual e vice-versa, assegurando a comunicação entre as pessoas surdas e ouvintes.
ü  O intérprete permite a integração das pessoas surdas na sociedade, contribuindo para que estas tenham acesso às diferentes informações que as rodeiam.
ü  É fundamental para o Intérprete de L.G.P o contacto permanente com a cultura e comunidade surdas, para que assim possa aperfeiçoar os seus conhecimentos.
ü  O Interprete de L.G.P contribui assim, para a integração/inclusão dos alunos surdos, assumindo um papel de grande importância no contexto educativo.
ü  A lei N°89/99, de 5 de Junho define as condições de acesso e exercício da actividade de intérprete de Língua Gestual Portuguesa.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

Orientações para o trabalho com alunos surdos

A falta de audição no aluno proporciona alterações na linguagem oral e escrita que deverão ser consideradas. Neste sentido, também as estratégias utilizadas deverão ser diferenciadas dos demais alunos.
Assim, o professor deve:
v Observar se o aluno surdo está atento antes de iniciar a comunicação oral com ele, caso contrário será necessário chamar a sua atenção, tocando-o levemente no ombro;
v Reforçar a importância do uso do aparelho auditivo nas aulas, para facilitar a aprendizagem do discente surdo;
v Colocar o aluno surdo na primeira carteira e de preferência numa das filas do meio;
v Explanar as matérias tendo o cuidado de estar sempre de frente para o aluno surdo, falando nem muito rápido nem muito devagar, com movimentos labiais adequados e articulando corretamente os fonemas. Não deve caminhar na sala enquanto realiza explicações;
v Usar materiais concretos, visuais, que facilitem a aprendizagem, como cartazes, gravuras, fotos, apresentações em power-point, vídeos, etc. É necessário ter em conta que, ao utilizar recursos áudio-visuais (vídeo, DVD), estes deverão ser legendados, uma vez que o aluno surdo não apresenta percepção auditiva necessitando exclusivamente de apoio visual. Caso estes recursos não possam ser legendados deverá ser feito um resumo escrito do filme e/ ou documentário para ser entregue ao aluno;
v Sublinhar palavras-chave ou conceitos importantes;
v Resumir o assunto com os dados essenciais em frases curtas;
v Destacar o verbo das frases, podendo ser necessário ensinar-lhes o seu significado;
v Facultar o uso do dicionário;
v Elaborar provas com:
- um vocabulário simples e claro;
- sinónimos de palavras;
- perguntas sucintas e objetivas.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quando comunicamos com Surdos devemos ter sempre alguns cuidados:
* Falar de frente para a luz, uma vez que contra ela é impossível de se fazer compreender;
* Ser o mais expressivo possível;
* Articular bem os gestos, sem exagerar os movimentos articulatórios;
* Falar claro e devagar, usando frases simples e curtas;
* Falar só quando o Surdo estiver a olhar para o seu interlocutor;
* Evitar tapar a boca com a mão ou com qualquer objecto, estar a mastigar ou a fumar, etc;
* Na escola o professor deve utilizar toda a espécie de apoios à linguagem (imagens, esquemas, resumos, quadro, caderno, retroprojector, computadores, etc), falar de frente para o aluno Surdo, ter o cuidado de não falar de costas quando escreve no quadro e evitar deslocar-se constantemente pela sala quando fala.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Língua Gestual Portuguesa (LGP)

Não existe uma Língua Gestual universal, comum, a todos os Surdos.
Qualquer língua é entendida como o espelho de uma cultura daí que cada país tenha o seu idioma. Neste sentido, e como cada Língua Gestual é portadora da cultura das pessoas que a utilizam, existe também uma grande variedade de Línguas Gestuais.
Em Portugal, a comunidade Surda usa a Língua Gestual Portuguesa (LGP), uma língua rica e em constante desenvolvimento que permite aos Surdos estarem sempre actualizados e em pleno contacto com o mundo que os rodeia.
A LGP é uma língua visual que se baseia nos movimentos, configuração e orientação das mãos e na expressão facial das pessoas que a usam para comunicar.
Muitas vezes fala-se em “Linguagem Gestual”, o que está errado, já que a LGP tem uma gramática e um dicionário próprios onde os significados aparecem sob a forma de gestos.
Aqui fica um desafio: fazer uma “auto-aprendizagem” do abecedário!

Dactilologia (sistema de representação através das mãos) do abecedário e dos números em LGP


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Falemos hoje um pouco sobre a perda auditiva!
A audição é medida e descrita em decibéis (dB), uma medida relativa da intensidade do som. Quanto maior for o número de decibéis necessários para que uma pessoa possa ouvir, maior é a sua perda auditiva.
Existem dois tipos principais de problemas auditivos. O primeiro afecta o ouvido externo ou médio e provoca dificuldades auditivas "condutivas" (também denominadas de "transmissão"), normalmente tratáveis e curáveis. Ao outro tipo que envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo dá-se o nome de surdez neurosensorial.
Existem diferentes graus e tipos de surdez:
v  Surdez ligeira: perda auditiva entre os 20 e os 40 dB;
v  Surdez moderada: perda auditiva entre os 40 e os 70 dB;
v  Surdez severa: perda auditiva entre os 70 e os 90 dB;
v  Surdez profunda: perda auditiva a partir dos 90 dB.

Surdez ligeira
Indivíduos com surdez ligeira apresentam dificuldades na compreensão de uma conversa a uma distância superior a 3 metros e em perceber os fonemas das palavras. Pessoas com este tipo e grau de surdez podem demonstrar problemas articulatórios e dificuldades em ouvir os seus interlocutores. Neste sentido, a sua linguagem deve ser estimulada ao mesmo tempo que devem desenvolver a leitura labial.

Surdez moderada
Pessoas com surdez moderada apenas ouvem e percebem a palavra, quando esta é dita com uma voz de certa intensidade. Apresentam dificuldades na aquisição da linguagem e alterações articulatórias, necessitando, por isso, de fazer leitura labial, usar próteses auditivas e de um trabalho de estimulação de linguagem.

Surdez severa
Neste tipo de surdez, as dificuldades auditivas aumentam.
Indivíduos com este grau de surdez necessitam de usar próteses auditivas e, mesmo assim, têm dificuldade em distinguir vogais de consoantes. Daí que seja necessário, o mais precocemente possível, realizar com eles um treino auditivo contínuo, estimular a sua linguagem bem como a sua leitura labial para promover uma maior compreensão.

Surdez profunda
Pessoas com surdez profunda estão totalmente privadas das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, o que as impede de adquirir naturalmente a linguagem verbal.
Tal como um bébé ouvinte tb o surdo passa pela fase do balbúcio no entanto, as suas emissões começam a desaparecer com o tempo uma vez que não tem acesso à estimulação auditiva externa, factor de grande importância para a aquisição da linguagem oral. Neste sentido, e uma vez que não “usa” a fala como instrumento de comunicação, deixa de se interessar por ela, e, como não tem “feed-back” auditivo, deixa de ter modelo para dirigir as suas emissões.
Apesar disso, os surdos profundos são ensinados a desenvolver a leitura labial, a tomar conhecimento do mundo sonoro (aproveitando os seus resíduos auditivos, sempre que eles existam) e a utilizar todas as vias perceptivas que podem complementar a audição.
Para se expressarem usam a língua gestual, uma língua essencialmente visual que se baseia nos movimentos, na configuração e na orientação das mãos e na expressão facial das pessoas que com ela comunicam.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Olá a todos!

A Escola Secundária Gabriel Pereira é, pelo segundo ano consecutivo, Escola de Referência para o Ensino Bilingue de Alunos Surdos em Évora.
Neste contexto, esta escola tem como objectivo o ensino de alunos com vários tipos e graus de surdez promovendo também o desenvolvimento da Língua Gestual Portuguesa (LGP) como primeira língua aos alunos surdos profundos, bem como o desenvolvimento da referida língua no seu processo de ensino/aprendizagem.
Uma vez que a educação das crianças e jovens surdos deve ser feita em ambientes bilingues que possibilitem o domínio da LGP como primeira língua e do português escrito e, eventualmente, falado, como segunda língua, na nossa escola procuramos aplicar metodologias e estratégias de intervenção interdisciplinares adequadas a todos os alunos surdos.
A criação deste blog tem como intenção partilhar novidades, oferecer algumas informações sobre a Surdez e dar a conhecer actividades realizadas pelos nossos alunos surdos em contexto escolar.