quinta-feira, 26 de maio de 2011

Alguns opostos

Pronomes pessoais

E para quem gosta de astrologia: os signos do zodíaco.

Vestuário

Família

Meios de transporte

Refeições 

Objectos do dia a dia 

Alguns sentimentos 

Alguns vocábulos de uso corrente

Cores

Estações do ano

Meses do ano

Números (0 a 10).

Alguns verbos.






quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para aprender mais um pouco: identificação pessoal!

Nome gestual: o que é?

Todos os que comunicam com as pessoas surdas são baptizados com um nome gestual que faz parte da Língua e da Cultura Surda.
O nome gestual pode nascer a partir de uma característica física (sinal, cor dos olhos, cor do cabelo, etc.), de um hábito (mexer no cabelo, roer as unhas…), da primeira letra do nome ou do nome próprio (por exemplo, Estrela), de um gesto para o apelido ou ainda de uma característica da personalidade.
E por que não aprendermos algumas expressões em LGP?


Menina estás à janela (em LGP)



A Língua Gestual não é universal!
Cada país, por vezes cada região, tem uma língua gestual própria, testemunha de uma cultura e dos modos de vida que são exclusivos da comunidade surda desse país ou região. Assim, em Portugal temos a Língua Gestual Portuguesa (LGP); em França encontramos a Langue des Signes Française (LSF); no Brasil existe a Língua de Sinais; na Inglaterra a British Sign Language (BSL); nos Estados Unidos da América fala-se a American Sign Language (ASL).
Em 1988, o Parlamento Europeu reconheceu as Línguas Gestuais dos países membros como sendo as Línguas das suas Comunidades Surdas e solicitou que cada Estado membro do Conselho da Europa reconheça a sua Língua Gestual.
Em Portugal, a Língua Gestual foi consagrada na Constituição, em Setembro de 1997, no art. nº 74, parágrafo 2º, alínea h) que refere o dever do Estado “proteger e valorizar a LGP, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades”.
Depois de já termos aqui exposto o alfabeto em LGP, apresentamos agora o alfabeto gestual americano – American Sign Language.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Contamos agora uma história verídica, ocorrida nos anos 80, nos Estados Unidos da América, que relata a dificuldade que houve em detectar a surdez numa criança institucionalizada.
Atrevemo-nos a afirmar que hoje tal episódio não aconteceria!
Foi um testemunho verdadeiro retirado de uma coletânea de histórias reais, editada por Gail Groves e Denise Caignon com o título "Her wits about her: Self-Defence Success Stories by Women".

Suzette V. Garay é uma jovem americana, surda profunda que tem uma capacidade para falar pouco habitual. É excelente a ler os lábios e usa um aparelho de audição especial para modular o seu discurso. Recentemente aprendeu por si própria Língua Gestual e estuda psicologia na Universidade da Califórnia.
Esta jovem conta-nos como foi descoberta a sua surdez apenas aos treze anos de idade:
“Nasci completamente surda, e até aos treze anos ninguém descobriu, nem eu própria. Quando tinha dois anos e meio fui retirada da minha família pelos serviços sociais, porque a minha mãe não tomava conta de mim como devia. A partir daí, estive em vários abrigos e instituições para órfãos e casas de acolhimento.
Um dia, quando estava a vir da escola para casa, vinha pela rua a dar pontapés numa lata. Por acaso uma vizinha viu-me, vinha de carro e, mesmo atrás de mim tocou a buzina, e continuou a tocar durante cerca de um quarteirão. Eu continuava a dar pontapés  na  lata, ela  encostou o carro e chamou pelo meu nome, depois  correu e agarrou-me. Mais tarde falou com a minha família de acolhimento e disse-lhes que eu devia ter um problema auditivo.
Naquela época, quando se fazia um teste auditivo era num autocarro e todos os miúdos pequenos usavam auscultadores. Era suposto levantar-se a mão sempre que se ouvia o som. Ora, como sou bastante perceptiva fiquei a pensar: isto é um jogo, ver quem consegue levantar a mão mais depressa. Então aqui estou eu a levantar a mão, a brincar durante o teste. Parvoíce. Então eles pensavam que me estava a armar em parva ou que era uma miúda rebelde e, por isso, tive que fazer o teste todos os dias durante três meses.
Primeiro pensei que devia contar até dez e levantar a mão sempre que chegasse ao dez, mas isso não resultou. Depois descobri outra forma de fazer batota. A única forma que eles tinham de saber se se está a levantar a mão é olhar para nós, então concluí que era uma espécie de olhos nos olhos.
Quando a técnica olhava para mim, acenava com a cabeça, então eu sabia que quando ela mexia a cabeça, estava a girar o botão, e mesmo antes de virar a cabeça para olhar para mim, eu levantava a mão. Depois disso não tive que fazer mais nenhum teste.
Só mais tarde fui a um sítio profissional para fazer um teste auditivo. Fiquei sozinha numa divisão, e a janela era escura por isso não se consegue ver o que as pessoas estão a fazer.
Ficaram completamente chocados quando descobriram a minha surdez!
Traduzido pela Prof. Ilda Ambrósio

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é uma verdadeira Língua com um léxico e uma gramática próprios e embora existam vários dialectos regionais, o essencial da LGP mantém-se em todos eles.
Em Portugal, comemora-se o dia da Língua Gestual Portuguesa a 15 de Novembro.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, é, tal como a nossa escola, Escola de Referência para o Ensino Bilingue de Alunos Surdos.
Vejamos um poema interpretado por um dos seus alunos Surdos no ano lectivo 2009/10.


A importância de aprender a LGP

Uma das nossas alunas surdas profundas teve um emprego em part-time nas férias da Páscoa.
Foi algo importante na vida desta jovem uma vez que foi uma experiência que se inseriu dentro do mundo do trabalho. Aqui fica o seu testemunho!

Qual era o teu horário de trabalho?
Eu trabalhei duas semanas: às segundas, quartas, quintas e sextas, das 10h até às 19h, e aos domingos, das 12h até às 21h.
Tinhas farda de trabalho?
Sim, usava um avental de cor vermelha.
Que tarefas desempenhavas durante o dia?
Trabalhei no armazém: tirava os produtos das caixas (velas e tapetes), fazia a listagem dos produtos que havia dentro das caixas e colocava-os nos sítios certos, na loja.
Qual a maior dificuldade que encontraste?
Não tive nenhuma dificuldade porque as colegas apoiaram-me muito!
O que gostavas mais de fazer?
Gosto mais de trabalhar no armazém a fazer as listas dos produtos.
Se tivesses possibilidade, gostarias de voltar a trabalhar nesse local? Porquê?
Eu gostei tanto de lá estar que continuo a trabalhar lá ao fim de semana. Gosto muito de fazer a listagem dos produtos.
O que fizeste com o dinheiro com o teu salário?
Comprei roupas e também alguma comida e o resto do dinheiro é para guardar para futuro.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pessoas importantes para os Surdos

Eis algumas personalidades marcantes dentro da comunidade Surda:

Pedro Ponce de Leon


Pedro Ponce de Leon foi o primeiro homem a fundar uma Escola para Surdos, em Madrid.
Desenvolveu um alfabeto gestual que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo facto de terem feito voto de silêncio).





Charles L'Épée

 

Charles Michel de L'Épée, nascido em 1712, foi o fundador da primeira Escola de Surdos do mundo: o Instituto Nacional de SUrdos-Mudos em Paris.
Para o abade, o essencial da educação de surdos era a possibilidade que tinham de aprender a ler e a escrever através da língua de sinais, pois essa era a forma natural que possuíam para expressar as idéias.





Edward Gallaudet

Edward Miner Gallaudet participou da fundação do primeiro colégio universitário para Surdos, que em honra do seu pai foi chamado Gallaudet School.
Esta instituição, fundada em 1857, deu origem à Universidade Gallaudet, localizada na cidade de Washington DC, e é hoje a única instituição de estudos superiores do mundo para pessoas surdas.
A língua oficial da universidade é a ALS (American Sign Language).




Emmanuelle Laborit


Emmanuele Laborit nasceu Surda a 18 de Outubro de 1971 e só conheceu a língua gestual aos 7 anos.
Escreveu um livro autobiográfico, "O Grito da Gaivota”, onde retrata as suas lembranças de infância, a sua adolescência difícil e o início da sua idade adulta autónoma.
É uma conhecida actriz francesa e directora do Teatro Visual Internacional.






Marlee Matlin


Marlee Matlin nasceu no Ilinois a 24 de Agosto de 1965.
Esta actriz surda americana ganhou o Globo de Ouro pela participação no filme Filhos de um Deus Menor.

 

Intérprete de Língua Gestual Portuguesa

O intérprete contribui para que “o surdo ouça com os olhos e fale com as mãos”
(Jerónimo Cardan, séc. XVI).

As Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa a trabalhar na nossa escola escreveram um pequeno texto onde explicam o seu trabalho com professores e alunos.

 Quais as funções do Intérprete de L.G.P? 

ü  O intérprete de L.G.P funciona como um elo de ligação entre a comunidade Surda e a comunidade Ouvinte, de modo a que estas possam comunicar tudo aquilo que desejam.
ü  Este profissional transpõe um discurso emitido oralmente para Língua Gestual e vice-versa, assegurando a comunicação entre as pessoas surdas e ouvintes.
ü  O intérprete permite a integração das pessoas surdas na sociedade, contribuindo para que estas tenham acesso às diferentes informações que as rodeiam.
ü  É fundamental para o Intérprete de L.G.P o contacto permanente com a cultura e comunidade surdas, para que assim possa aperfeiçoar os seus conhecimentos.
ü  O Interprete de L.G.P contribui assim, para a integração/inclusão dos alunos surdos, assumindo um papel de grande importância no contexto educativo.
ü  A lei N°89/99, de 5 de Junho define as condições de acesso e exercício da actividade de intérprete de Língua Gestual Portuguesa.