quinta-feira, 24 de março de 2011

Orientações para o trabalho com alunos surdos

A falta de audição no aluno proporciona alterações na linguagem oral e escrita que deverão ser consideradas. Neste sentido, também as estratégias utilizadas deverão ser diferenciadas dos demais alunos.
Assim, o professor deve:
v Observar se o aluno surdo está atento antes de iniciar a comunicação oral com ele, caso contrário será necessário chamar a sua atenção, tocando-o levemente no ombro;
v Reforçar a importância do uso do aparelho auditivo nas aulas, para facilitar a aprendizagem do discente surdo;
v Colocar o aluno surdo na primeira carteira e de preferência numa das filas do meio;
v Explanar as matérias tendo o cuidado de estar sempre de frente para o aluno surdo, falando nem muito rápido nem muito devagar, com movimentos labiais adequados e articulando corretamente os fonemas. Não deve caminhar na sala enquanto realiza explicações;
v Usar materiais concretos, visuais, que facilitem a aprendizagem, como cartazes, gravuras, fotos, apresentações em power-point, vídeos, etc. É necessário ter em conta que, ao utilizar recursos áudio-visuais (vídeo, DVD), estes deverão ser legendados, uma vez que o aluno surdo não apresenta percepção auditiva necessitando exclusivamente de apoio visual. Caso estes recursos não possam ser legendados deverá ser feito um resumo escrito do filme e/ ou documentário para ser entregue ao aluno;
v Sublinhar palavras-chave ou conceitos importantes;
v Resumir o assunto com os dados essenciais em frases curtas;
v Destacar o verbo das frases, podendo ser necessário ensinar-lhes o seu significado;
v Facultar o uso do dicionário;
v Elaborar provas com:
- um vocabulário simples e claro;
- sinónimos de palavras;
- perguntas sucintas e objetivas.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quando comunicamos com Surdos devemos ter sempre alguns cuidados:
* Falar de frente para a luz, uma vez que contra ela é impossível de se fazer compreender;
* Ser o mais expressivo possível;
* Articular bem os gestos, sem exagerar os movimentos articulatórios;
* Falar claro e devagar, usando frases simples e curtas;
* Falar só quando o Surdo estiver a olhar para o seu interlocutor;
* Evitar tapar a boca com a mão ou com qualquer objecto, estar a mastigar ou a fumar, etc;
* Na escola o professor deve utilizar toda a espécie de apoios à linguagem (imagens, esquemas, resumos, quadro, caderno, retroprojector, computadores, etc), falar de frente para o aluno Surdo, ter o cuidado de não falar de costas quando escreve no quadro e evitar deslocar-se constantemente pela sala quando fala.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Língua Gestual Portuguesa (LGP)

Não existe uma Língua Gestual universal, comum, a todos os Surdos.
Qualquer língua é entendida como o espelho de uma cultura daí que cada país tenha o seu idioma. Neste sentido, e como cada Língua Gestual é portadora da cultura das pessoas que a utilizam, existe também uma grande variedade de Línguas Gestuais.
Em Portugal, a comunidade Surda usa a Língua Gestual Portuguesa (LGP), uma língua rica e em constante desenvolvimento que permite aos Surdos estarem sempre actualizados e em pleno contacto com o mundo que os rodeia.
A LGP é uma língua visual que se baseia nos movimentos, configuração e orientação das mãos e na expressão facial das pessoas que a usam para comunicar.
Muitas vezes fala-se em “Linguagem Gestual”, o que está errado, já que a LGP tem uma gramática e um dicionário próprios onde os significados aparecem sob a forma de gestos.
Aqui fica um desafio: fazer uma “auto-aprendizagem” do abecedário!

Dactilologia (sistema de representação através das mãos) do abecedário e dos números em LGP